O ponto de equilíbrio contábil auxilia a empresa a gerir seus lucros, sendo um importante indicador para acompanhar. Saiba mais!

O principal objetivo de qualquer empresa é obter lucros, oferecendo o que há de melhor em serviços ou produtos ao seu público. Mas esse não é um cenário fácil de se alcançar, sobretudo para negócios que estão no seu início. Afinal, há muitas etapas para fidelizar um bom número de clientes e aumentar as vendas constantemente.

É por isso que conhecer e acompanhar o ponto de equilíbrio contábil do negócio se torna essencial para todo empreendedor. Ele impacta o dia a dia de decisões, os investimentos, entre outros tantos segmentos importantes para a empresa.

A seguir, entenda melhor a relevância do ponto de equilíbrio contábil e como, de fato, alcançar esse valor base!

O que é o ponto de equilíbrio contábil?

O ponto de equilíbrio contábil acontece quando as receitas totais do negócio são iguais aos custos financeiros. Consequentemente, é a partir desse momento que se abre a possibilidade para os lucros da empresa. Afinal, um número abaixo desse valor significa prejuízo.

Também conhecido no universo business como “breakeven point”, são cálculos que devem estar sob conhecimento dos gestores constantemente. A fórmula para se ter na ponta do lápis é a seguinte:

ponto de equilíbrio contábil = custos e despesas fixas / margem de contribuição

Diante do resultado, os gestores conseguem basear melhor suas decisões financeiras. Por exemplo, se é necessário aumentar as vendas para arcar com os custos sem esgotar rapidamente os investimentos ou se é melhor reduzir certas despesas para manter um bom funcionamento das operações.

Esse cenário de investimentos sendo drenados é a melhor representação daquela velha expressão “entrar no vermelho”.

Diferença de ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro

Apesar de serem indicadores muito importantes para qualquer negócio, esses termos têm suas diferenças. O ponto de equilíbrio financeiro, por exemplo, não contabiliza a depreciação dos ativos e despesas não desembolsáveis dos custos fixos. Ou seja, só coloca nos balanços o que é tirado do caixa.

Por outro lado, o ponto de equilíbrio econômico envolve uma correção monetária nas despesas fixas, considerando os custos da oportunidade.

Qual a importância de acompanhar esse valor base?

Já deu para ver que o principal benefício do ponto de equilíbrio contábil é entender se a empresa gera lucro ou prejuízo em suas operações. Para se manter em crescimento saudável e compreender seu cenário econômico frente ao mercado, esses dados são essenciais.

Com isso, se tem também a real compreensão dos riscos do negócio. Afinal, quanto menor o ponto de equilíbrio, mais difícil é a situação da empresa. Isso se desdobra em outros pontos, que veremos a seguir!

Investimentos

Uma empresa que deseja ser competitiva e ter lucros precisa de investimentos. Mas nem sempre o empreendedor (e/ou seus sócios) tem fundos próprios para tanto. Nesse cenário, há duas possibilidades: continuar com um crescimento mais lento ou considerar os chamados fundos de investimento.

Conhecer o ponto de equilíbrio contábil não só fornece dados para “vender o peixe” da empresa, mas também é importante para o próprio conhecimento dos investidores. Afinal, eles precisam ter certa segurança de que seu capital financeiro será bem aplicado.

Controle de gastos

Com um valor baixo do ponto de equilíbrio contábil, é possível tomar decisões que envolvem corte de gastos. Por exemplo, a troca do serviço de internet por um mais em conta, a substituição de materiais pelos mais baratos (sem perder a qualidade) e até a demissão de funcionários, em um cenário mais extremo.

Tudo isso tem como objetivo não chegar à próxima etapa, que é repassar custos ao cliente.

Custo de serviços e produtos

Esse indicador também orienta o negócio quando é a hora de repassar alguns custos para o consumidor. Apesar de não ser o cenário ideal no quesito competitividade, há certos aumentos que impactam diretamente no valor de um produto ou serviço.

Por exemplo, para uma franquia de café, se há reajustes expressivos na matéria-prima, operar com os mesmos preços pode gerar prejuízo.

Como alcançar o ponto de equilíbrio contábil?

A fórmula do ponto de equilíbrio contábil você já conhece. Mas nada melhor que exemplificar, certo? Vamos supor que sua empresa tem custos fixos de R$ 4,5 mil. Já a sua margem de contribuição é de 30% (ou seja, 0,3 para as contas). Logo, temos:

Ponto de equilíbrio contábil = 4500/0,3 = 15.000

Isso significa que o negócio precisa de um faturamento de, no mínimo, R$ 15 mil a cada mês para se pagar. Ou seja, para alcançar o ponto de equilíbrio. Se sua empresa oferece um serviço de R$ 90, por exemplo, seriam necessários 167 atendimentos mensais para essa meta.

Para não restarem dúvidas nesse processo, vamos esmiuçar alguns conceitos importantes para o negócio.

Custos fixos

Estes são os custos indiretos que aparecem todos os meses no negócio, mesmo se houver aumento ou queda nas vendas. Como exemplo, temos o aluguel do ponto, o salário dos colaboradores, conta de energia e de água, segurança, manutenção dos equipamentos e assim por diante.

Margem de contribuição

A margem de contribuição se refere ao valor que a empresa possui de lucro de vendas para arcar com suas despesas fixas. Em outras palavras, contabiliza o preço de um produto ou serviço, menos os custos variáveis de sua produção ou oferta.

Despesas variáveis

As despesas variáveis, conforme o nome indica, mudam conforme o volume de vendas. Aqui estão as comissões de funcionários, impostos incidentes, matérias-primas etc. Esses valores não entram no cálculo de equilíbrio contábil, mas impactam diretamente a precificação de produtos e serviços.

Margem de segurança

Representa uma receita acima do ponto de equilíbrio. Ela pode ser usada no planejamento para cobrir imprevistos ou momentos de crise sem que isso interfira na lucratividade. Essa métrica é analisada em porcentagem e também reforça constantemente a sua importância para as finanças do negócio.

O ponto de equilíbrio contábil contribui para avaliar o cenário econômico da empresa. Também auxilia a gestão nas tomadas de decisão eficientes para o crescimento e a lucratividade do negócio. Por esses e outros benefícios, é preciso ter esses indicadores bem definidos e com acompanhamento constante.

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